A fortaleza inexpugnável

Conhece-o? Resolve não se aborrecer desta vez, manter-se calmo e, no entanto, a raiva cresce dentro de si? Ou sabe que está a distorcer um pouco a verdade neste momento, mas não consegue esquecer isso porque o seu ego não quer ser exposto? Ou talvez já esteja a ter pensamentos ansiosos sobre o seu futuro e tudo gira em torno da forma como pode resolver os seus problemas, que voltam a parecer enormes, e assim por diante.
Porque é que fazemos algo que não queremos realmente fazer e que sabemos que nos vai prejudicar? Porque não temos poder sobre nós próprios.

É preciso tempo para que cada pessoa mude para melhor e se liberte de todas as qualidades negativas. Trata-se de um processo longo e difícil e quase nenhum de nós o faz voluntariamente.
A maioria das pessoas nem sequer tem consciência dos seus vícios porque não os quer admitir. Negam estas qualidades negativas e julgam-se de forma diferente. Afinal de contas, quase toda a gente quer ser uma boa pessoa e manter essa imagem de si própria.

As pessoas perguntam-me muitas vezes porque é que sou tão estranho e porque é que têm sempre a sensação de que nunca estou bem como sou e que estou sempre a criar pressão.
Há, sem dúvida, alguma verdade nisto, mas será que devo diminuir a minha luz para que as outras pessoas se sintam mais confortáveis e possam permanecer mais confortavelmente como são, incluindo as suas más qualidades?
É por isso que a maioria das pessoas se afasta de mim ao fim de algum tempo, porque quer ficar como está em vez de procurar e ultrapassar os obstáculos que tem dentro de si.

Expulsão e transformação

No outro dia, li que Jesus expulsou sete demónios de Maria Madalena. Se ao menos fosse assim tão simples. Este é um trabalho que, em última análise, temos de fazer nós próprios.

Wikimedia Domínio Público
Jesus aparece a Maria Madalena

Só quando nos tornamos puros e altruístas nas nossas acções, quando somos verdadeiramente bons e queremos o bem e temos poder sobre as nossas mentes, é que deixamos de ser influenciáveis por espíritos negativos ou por pessoas que nos querem manipular. Assim, nós próprios exorcizamos os demónios! Tornamo-nos fortes e podemos separar-nos do mal, de modo a tornarmo-nos uma fortaleza inexpugnável contra as influências negativas.

Só quando o homem começa a tomar consciência do poder do seu espírito, alcançando o domínio do pensamento, é que reconhece as forças opostas que lutam por ele na esfera espiritual. Mais ninguém pode fazer este trabalho por nós.
Não quero negar que Jesus controlava os demónios, mas o mais tardar quando Maria Madalena volta a encarnar, enfrenta o mesmo dilema que antes, se não for ela a realizar a transformação. As outras pessoas não nos podem tirar a transformação das mãos, mas, na melhor das hipóteses, podem apoiar-nos nessa transformação.

Controlo do pensamento, contenção do pensamento, silêncio do pensamento

Enquanto os nossos pensamentos flutuarem incontrolavelmente nesta direção e depois naquela, porque seguem as percepções dos nossos órgãos dos sentidos em vez de fluírem para onde queremos concentrar-nos na nossa mente, somos fracos e não nos controlamos.

Aqueles que não têm poder sobre si mesmos são tomados por outros espíritos.

Se, no entanto, fizermos um esforço incessante para nos tornarmos uma pessoa forte, pura e moralmente estável, que vigia os seus pensamentos e sentimentos, então os espíritos malignos já não conseguirão entrar na nossa mente. Pelo contrário, estaremos então sempre rodeados de anjos que nos inspiram e nos fazem ver e compreender a vida com olhos completamente diferentes, para que nos tornemos contentes e sábios.

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Por isso, continua a praticar o domínio da sua mente (Sol/Mercúrio/Plutão) todos os dias. Praticar a concentração e a meditação (Vesta/Neptuno) durante alguns minutos por dia, pensando numa coisa específica e não se desviando dela durante o tempo em que se dedicar a isso. A longo prazo, tornar-se-á forte, autoconfiante, poderoso, paciente e permanentemente bem sucedido em tudo o que fizer.
Aqueles que não se governam a si próprios são governados por outros.